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Parte de corpo é achada no mar em buscas por menina decapitada no RJ
Abdômen e pernas foram achados na Praia do Forte, em Cabo Frio.
DNA será feito para saber se corpo é da criança atropelada por lancha.
08/12/2016 09h55 – Atualizado em 08/12/2016 11h59
Parte de corpo é achada no mar em buscas por menina decapitada no RJ
Abdômen e pernas foram achados na Praia do Forte, em Cabo Frio.
DNA será feito para saber se corpo é da criança atropelada por lancha.
Paulo Henrique Cardoso
Do G1 Região dos Lagos
O Corpo de Bombeiros encontrou parte de um corpo de criança em estado avançado de decomposição na manhã desta quinta-feira (8) na Praia do Forte, em Cabo Frio, na Região dos Lagos, durante as buscas pela menina que foi decapitada em um acidente no mar no sábado (3). A suspeita é que a parte inferior – abdômen e pernas – encontrada seja de Maria Luiza Santana Serra, de 10 anos, que estava em uma «banana boat» atingida por uma lancha.
O corpo, que estava boiando no mar, foi encaminhado à Capitania dos Portos e, posteriormente, será levado para o Instituto Médico Legal (IML), onde será feita a identificação através de exame de DNA. A cabeça da vítima foi localizada no mesmo dia do acidente e enterrada em Rio das Ostras no domingo (4).
«As características, como o tamanho, nos levam a crer que é ela», afirmou o comandante do 18º Grupamento de Bombeiros Militares, Cássio Capelli, em coletiva concedida nesta manhã na sede da instituição. A parte do corpo foi encontrada durante um patrulhamento de jetski na região do Lage da Carolina, no canto do Forte. O trabalho de buscas, segundo o militar, vai continuar até que a identificação seja confirmada.
O Instituto Médico Legal de Araruama, onde será feita a identificação, informou que em casos onde somente uma parte do corpo é achada, é colhida uma amostra, que é enviada ao IML Central do Rio de Janeiro para a realização do exame de DNA.
Investigações
A Polícia Civil em Cabo Frio revelou durante uma entrevista coletiva na tarde de segunda-feira (5) que um erro de manobra pode ter provocado o impacto de uma lancha contra a banana boat, que transportava 20 pessoas na Praia do Forte. Maria Luiza Santana Serra, de 10 anos, foi atingida e decapitada.
A conclusão do delegado ocorreu depois de ouvir 14 testemunhas. O condutor teria virado a lancha para o lado errado.
«Relatos das testemunhas, inclusive do condutor da embarcação que rebocava o banana boat, são de que foi feito um desvio à esquerda, mas que, inclusive, através de informações da própria Capitania dos Portos, se apurou que o desvio deveria ter sido em sentido contrário. Daí, uma possível imperícia dele na condução da embarcação», disse o delegado Renato Mariano, delegado titular da 126ª DP.
Ainda segundo o delegado, o condutor da lancha, em depoimento, «disse que tentou desviar para evitar o acidente, mas a manobra não foi satisfatória».
Newton Novellino é especialista em direito náutico e explica que ao se deparar com outra embarcação, o procedimento de desvio segue regras básicas em navegação.
«A legislação fala sobre as formas de navegação e as preferências. Quando outra embarcação está parada, a embarcação parada não pode fazer nada. Ela está inerte, está com o motor desligado, está com pessoas em volta. Cabe a embarcação em movimento desviar dela e manter uma velocidade compatível quando você vê pessoas na água», explicou o Novellino.
Ainda segundo a Polícia Civil, o inquérito será concluído e encaminhado ao Ministério Público. O condutor da lancha envolvida no acidente foi liberado da delegacia. O delegado explicou que ele poderá responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Ele também poderá responder por quatro lesões corporais culposas, em função das outras vítimas que sofreram ferimentos.
Buscas
As buscas por partes do corpo da menina eram feitas com ajuda de botes dos bombeiros e de embarcações da Marinha. Na manhã de segunda, algumas partes foram localizadas e encaminhadas ao IML. A família enterrou no domingo (4), em Rio das Ostras, os restos mortais encontrados sábado, logo após o acidente.
A Prefeitura de Rio das Ostras decretou luto de três dias e a direção da escola particular onde Maria Luiza estudava suspendeu as aulas por dois dias. G-1
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