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El Niño: intensidade do fenômeno pode ser comparada com Super El Niño de 97/98
A MetSul Meteorologia alerta que o fenômeno climático El Niño já passou do patamar forte para intenso em 2015. Além disso, a empresa de consultoria adverte que a ocorrência pode ser comparada com o Super El Niño registrado em 1997/98.
Um dos fatores ocorre em função da elevação das temperaturas na região Central do Oceano Pacífico, explica a meteorologista e sócia da Metsul Meteorologia, Estael Sias. “As águas no Pacífico Central estão 2°C mais quentes do que o normal e devem se intensificar nos próximos meses, conforme indicam mais de 20 modelos de projeção climática”, ressalta.
Com esta elevação, a temperatura da superfície do mar (TSM) no Pacífico Central registrou o maior índice, superando os picos atingidos em 2009/2010, quando foram marcados +1,9ºC. A maior anomalia na região foi registrada em janeiro de 1998, quando a TSM marcou +2,3ºC, no Super El Niño de 97/98, o mais forte do século passado.
De acordo com prognósticos da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) dos Estados Unidos, o El Niño iniciou em março deste ano e deve perdurar até o começo de 2016.
Para a mestre na área de tempestades pela Universidade de São Paulo (USP), a força do atual El Niño deve reduzir o volume de chuvas na metade norte do Brasil. “No Norte e Nordeste do país poderá ocorrer uma redução da chuva com agravamento da estiagem, que já afeta algumas cidades. No Sudeste e Centro-Oeste, os modelos não indicam uma correlação direta com o regime de chuva, mas a temperatura tende a ficar mais alta”, aponta Estael Sias.
Formada na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), a especialista ressalta que este fenômeno não deve gerar novos fenômenos no Rio Grande do Sul, porém deve haver o registro de temporais nas regiões Oeste, Noroeste e até no Litoral gaúcho, durante a Primavera. “Acredito que essas regiões tenham maiores volumes de precipitação nos próximos meses, com maior frequência também de temporais com vento, raios e granizo”, finaliza.
El Niño na América Latina
Diversos pontos da Argentina e Uruguai estão sofrendo com o registro de enchentes. Em locais da província de Buenos Aires, as inundações são descritas como as piores em 30 anos.
A América Central e o Caribe experimentam o outro extremo, uma grave seca, resultado do predomínio incomum de alta pressão atmosférica na região e maior presença de poeira do Saara trazida por correntes de vento. Com isso, nenhum furacão foi registrado até agora neste ano no Atlântico Norte.
Agrolink
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