IA
Carros cheios de tecnologia não são tão úteis quanto pensávamos, diz estudo
Investimentos em carros repletos de tecnologia, desde assistência à direção até entretenimento, não deu tão certo para alguns consumidores
A Tesla foi uma das grandes pioneiras dos carros cheios de tecnologia na indústria automobilística. As interfaces digitais, painéis multimídia e sistemas de assistência a direção fizeram os olhos dos motoristas brilharem e forçaram outras marcas do setor a correrem atrás de seus próprios diferenciais.
Marcas estão investindo em carros com tecnologia
A J.D. Power mostrou que as empresas de automóveis estão equipando seus veículos com recursos tecnológicos de todos os tipos, desde assistência de direção até itens de entretenimento a bordo. No entanto, entrevistas com cerca de 82 mil motoristas em 2024 mostrou que eles não veem utilidade nisso tudo.
A pesquisa apontou que, na tentativa de competir com carros cheios de tecnologia, como os modelos da Tesla, a indústria automobilística ainda está aprendendo sobre o que o consumidor quer e não quer. Mais do que isso, o que ele considera útil.
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Segundo Kathleen Rizk, diretora sênior de benchmarking e tecnologia de experiência do usuário na J.D. Power, as fabricantes estão apostando na tecnologia para responder às necessidades dos clientes. Já do outro lado, os consumidores estão descobrindo que veem pouca (ou nenhuma) utilidade em alguns dos novos recursos.
Quais tecnologias os clientes não gostam nos carros
O estudo descobriu que os condutores não gostam das telas para passageiros. Segundo a empresa, apenas 10% dos veículos transporta alguma pessoa no banco da frente no dia a dia, o que torna uma tela extra algo descartável. Alguns dos modelos que já apostaram nessa tecnologia foram os luxuosos Porsche Taycan, Lincoln Nautilus e Jeep Grand Cherokee.
Controles de gestos a partir de deslizes ou movimentos dos dedos no ar também não agradam. Os entrevistados revelaram que acham esses recursos problemáticos e sem funcionalidade prática.
De acordo com a J.D. Power, controles de gestos, leitores de impressão digital e sistemas de reconhecimento facial “tentam, sem sucesso, resolver um problema que os proprietários não sabiam que tinham”.
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As pessoas também não gostam dos sistemas de direção sem intervenção, o Nível 2 da automação. Nesse caso, os sistemas são capazes de assumir o controle em situações específicas, como acelerar e frear, mas não o suficiente para dirigirem sozinhos e nem dispensarem atenção humana. É o caso do Super Cruise, da General Motors, ou o BlueCruise, da Ford.
Os entrevistados contaram que não consideram essas versões práticas. Para Rizk, em entrevista ao InsideEVs, isso acontece porque esse tipo de sistema de assistência ao motorista, apesar de facilitar a vida, não resolve um problema claro. Afinal, os motoristas já sabem acelerar e frear sem ajuda.
Quais tecnologias os clientes gostam
Nem todas as tecnologias são ruins. Os entrevistas revelaram alguns dos recursos que gostam ou acham úteis nos carros:
- De acordo com Rizk, os motoristas gostaram dos sistemas de auxílio ao motorista (não direção), que ajudam na frenagem automática de emergência e nas câmeras de ponto cego;
- Isso porque esses são problemas conhecidos dos carros, que a tecnologia ajuda, de fato, a superar. Ainda assim, ela acredita que a aceitação a outros sistemas deve crescer com o tempo;
- Os condutores também gostam dos controles climáticos inteligentes, que ligam ou desligam aquecedores e ar-condicionado a depender do tempo. A expectativa do setor é tornar essas tecnologias ainda mais avançadas e independentes com uso de IA.
Com base na pesquisa, a J.D. Power fez um ranking de carros “cheios de tecnologia” mais aceitos pelos consumidores. Das marcas que apresentaram todos os dados necessários para a pesquisa, o pódio ficou com Genesis, Lexus e BMW. Tesla e Rivian tiveram pontuações maiores, mas não atenderam aos critérios do estudo.
Veja o ranking completo:
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